Semana da Consciência
Negra Rainha Ginga
20 a 27 de Novembro – Quilombo Pitanga dos
Palmares
Apresentação
O Brasil vive um momento
histórico, onde uma mulher assumiu a Presidência da República pelo voto de seu
povo. A mulher, desde então, sente-se renova em suas forças e anseios pela
igualdade de gênero.
Como falar da luta da mulher
por garantia de seus direitos no Brasil sem falar de raça e credo? O negro no Brasil é sinônimo de luta e
resistência. A mulher negra é garra e determinação.
A semana da Consciência
Negra Rainha Ginga aborda questões viscerais de nossa sociedade atual, aonde os
negros e, em especial, a mulher negra, vem desbravando novos caminhos para
alcançar a tão sonhada liberdade. Para isso apresenta uma programação cultural,
porém com espaços que privilegiam o pensamento crítico.
Seu objetivo é fortalecer as
raízes culturais, em suas múltiplas dimensões estimulando o protagonismo
comunitário crítico sobre as relações sociais colocadas por nossa
sociedade atual.
A característica marcante de
nossa cultura, e a riqueza de sua diversidade,resultado do nosso processo
histórico-social e das dimensões continentais de nossa territorialidade.
A semana terá encerramento
com a entrega do Troféu Rainha Ginga, que será conferido as mulheres negras que
se destacaram na luta pelos direitos humanos estabelecendo alianças de paz.
“ Enquanto o negro brasileiro não tiver acesso ao conhecimento da
historia de si próprio, a escravidão cultural se manterá no país”.
Programação
DATA/HORA
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ATIVIDADES
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ORGANIZAÇÃO/PALESTRANTE
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LOCAL
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20/11/11
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Samba
de Roda com grupos locais
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Ponto
de rede de samba Dona Alvina .
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21/11/11
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Palestra
sobre a história do samba de roda
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“IGREJA DE SÃO GONÇALO
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22/11/11
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Palestra
sobre o negro no mundo atual
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IGREJA DE SÃO GONÇALO
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23/11/11
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Encontro
com os mestres do samba de roda e seus pupilos
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CASA
DO SAMBA
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24/11/11
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Exposição
de artesanato local / apresentação de grupos afro
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LARGO DA IGREJA DE SÃO GONÇALO
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25/11/11
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Café
da manhã com as comunidades quilombolas vizinhas e povos tradicionais,/Palestra
sobre a consciência negra/ entrega do troféu Rainha GINGA
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IGREJA
DE SÃO GONÇALO
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26/11/11
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Apresentação
do plano de desenvolvimento local- 2012
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Igreja
de São Gonçalo
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27/11/11
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Apresentação
do samba de viola raízes da Pitanga, APRESENTAÇÃO D E SHOW INFANTIL. SHOW
RISO
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Parque
de exposição
SALVADOR
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R$500,00
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Horário
das 09:00hs as 14:00hs
Biografia da Rainha Ginga
O período escravista foi extremamente marcado pela
opressão e pela castração do povo negro diante de sua luta pela libertação. A
resistência aparecia sob todas as formas, através de guerras ou guerrilhas, como
as que ocorreram no Ndongo (atual Angola), no Quilombo dos Palmares e nos
demais quilombos espalhados pelo Brasil.
E neste momento histórico que se manifesta a
presença guerreira da Rainha Ginga de Angola, exemplo todas as mulheres negras.
Em 1623,Nzinga Mbandi Ngola Kiluanji,a Rainha Ginga,assumiu o trono do Ndongo e
passou a lutar contra os portugueses.
Nzinga participava dos combates e era também muito
respeitada por possuir poderes ligados às forças cósmicas, o que lhe permitia
mandar chover para garantir a fertilidade da terra.
Casou-se e separou-se de Jaga Kasa, descendente dos
jagaspovo guerreiro que se destacava nos combates militares e com quem
continuou mantendo boas relações a fim de defender os interesses político-militares
com os portugueses. É importante ressaltar a força e os meios estratégicos que
a Rainha Ginga utilizava para estabelecer alianças com outros reinos através de
intensa atividade diplomática que, depois de muitos esforços, resultou na
obtenção da assinatura de um tratado,junto ao Governo de Luanda, que mantinha a
integridade do Reino do Ndongo.
Nzinga conseguiu libertar escravos, distribuir
terras, ampliar alianças com outros chefes e consolidar a unidade do
Ndongo.Como conseqüência era perseguida pelas tropas portuguesas e tinha que
deslocar os acampamentos, deixando somente os rastros de sua passagem pelos
locais onde acampava com seu exército,criando os quilombos. Após inúmeras
batalhas, com a morte de uma de suas irmãs, entre alianças feitas e desfeitas,
a rainha, já em idade avançada, por volta de 1650, percebeu que era chegado o
momento de buscar a paz na região. Buscou a aliança com a Igreja, pois sabia
que, sem o respaldo do Vaticano seria difícil assinar qualquer acordo devido às
pressões dos traficantes de escravos, que tinham interesse na continuação da
guerra, fonte de prisioneiros. O objetivo principal de Nzinga era estimular as
insurreições negras, especialmente Palmares, no Brasil.
Finalmente,em 1657, foi celebrado o tratado de paz
que permitiu a libertação de uma outra irmã de Nzinga e a independência do
Ndongo. As mulheres foram beneficiadas com este acordo de paz, pois passaram a
ter liberdade de criar seus filhos nos quilombos, o que durante a guerra era
proibido, permitindo assim, o repovoamento do Ndongo. Com a aliança feita com a
Igreja, Nzinga teve que abrir passagem para os missionários capuchinhos,
fazendo-se passar pelos ritos de conversão ao catolicismo. Batizou-se com o
nome católico de Ana de Souza. Incentivou o batismo de todas as crianças,
exigindo que seus soldados usassem um medalhão com uma cruz. Desta relação com
a Igreja, foram fundadas as irmandades católicas de negros que, além de
formarem correntes de libertação através da compra de cartas de alforria,
abrigavam também sociedades africanas que implantaram no Brasil a tradição
religiosa de origem, as comunidades - terreiro de candomblé, que foram e são
espaços de afirmação de nossa identidade afrodescentes.
A historia da Rainha Ginga, como é conhecida nas
congadas brasileiras, é bastante significativa no que se refere ao papel de
mulher em nosso meio social.
Fonte:
site mluhernegra.com.br
PROJETO ELABORADO PELO O ARTICULADOR DA CASA DO SAMBA DONA ALVINA E SUA EQUIPE
WELLINGTON PACIFICO
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